A presidente do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico e Nacional (Iphan), Jurema Machado, recebeu nesta quinta-feira, em Brasília, uma comitiva que pediu o tombamento federal de todo o complexo Maracanã, que inclui o Estádio de Atletismo Célio de Barros, o Parque Aquático Júlio Delamare, a Escola Municipal Friedenreich e o antigo Museu do Índio. O grupo teme que o governo estadual e a prefeitura voltem atrás na decisão de manter as instalações. O estádio de futebol já é tombado pelo órgão.
- Existem diferentes níveis de tombamento: municipal, estadual e federal. No caso do tombamento municipal ou do estadual, eles mudam tudo com apenas uma canetada. Em 2002, a prefeitura tombou todo o complexo. Depois, derrubou o tombamento em 2012. Agora voltaram atrás novamente. Nada garante que daqui um ano não vão querer demolir de novo Com o tombamento federal haveria uma garantia maior - explicou um dos membros da comitiva, o defensor público federal André Ordacgy.
Também estiveram na reunião em Brasília representantes da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), da Escola Escola Municipal Friedenreich, e o deputado federal Alessandro Molon (PT/RJ), presidente da Comissão Externa de Legado da Copa e das Olimpíadas da Câmara dos Deputados.
Além do pedido de tombamento federal do complexo, o grupo também solicitou a suspensão da autorização para demolição dos prédios, concedida pela Superintendência do Iphan no Rio de Janeiro.
- Foi uma reunião, de certa forma, foi bem positiva. A presidenta do Iphan se comprometeu a analisar com urgência o pedido de revoação da autorização de demolição, que é nosso requerimento mais emergencial - relatou o defensor público.
No entanto, com relação ao tombamento federal das instalações, a resposta não foi exatamente a esperada pela comitiva, que provavelmente terá que aguardar bastante por uma resposta.
- Desde julho, foi aberto um procedimento para analisar o pedido de tombamento. O tramite é demorado e não foi possível nos adiantarem nada. Para se ter uma ideia, o processo para o tombamento do estádio de futebol (Maracanã) durou de 1983 ao ano 2000. Acreditamos que nos dias de hoje esse tramite seja mais rápido, mas podem levar anos - admitiu André Ordacgy.
O contrato de concessão do complexo Maracanã para a inciativa privada previa a demolição das instalações no entorno do estádio para a construção de lojas, restaurantes e um amplo estacionamento. No entanto, após muitos protestos, o governo voltou atrás e decidiu manter os prédios. Apesar disso, o consórcio responsável pela gestão da área já anunciou que pretende seguir à frente do negócio.
Via:Globo Esporte
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